O que fazer? O mundo vai acabar amanhã, minhas horas estão, literalmente, contadas. Mas o mundo não vai acabar só pra mim, vai acabar para todos. Todas as minhas conquistas, os meus bons atos, não serão eternizados, e sim, esquecidos. O que adianta sair por aí distribuindo beijos e abraços, sem que ninguém se lembrará depois? Será que no céu, eu vou ser lembrada, reconhecida pelos meus erros e acertos, será que eu terei nome?

Depois de refletir sobre o mais certo, sobre a coisa mais sensata a fazer. Peguei o notebook, entrei no Pirulito, li todas as postagens que escrevi, todos os pensamentos que compartilhei, todas as ideias que expus. Reli. Li novamente e outra vez. Chorei. Lembrei de todos os momentos bons que passei aqui. Entrei no Orkut, vi minhas 170 fotos, relembrei pessoas esquecidas, pessoas queridas, e aquelas inesquecíveis. Chorei novamente. Pensei: “Não posso passar minhas últimas horas, pensando no que fiz de bom nesses 13 anos que se passaram. Mas sim, passar minhas últimas horas sorrindo como passei esses 13 anos.”

Saí, fui ao shopping e ao cinema, com as meninas. Realmente, torrei minha grana. Vimos quatro sessões seguidas, foi maravilhoso.

Bem, daqui a três horas e cinquenta e nove minutos a minha vida e mais as vidas 6.770.872.171 de pessoas vai chegar o fim.

É impressionante, quando pensamos sob pressão, não temos ideias de coisas revolucionárias para fazer. Será que ainda dá pra mudar o mundo? Ou pra falar mal do único professor que eu não gosto? Será que ainda dá pra assaltar a geladeira, ou esvaziar a despensa? Ou será que é melhor parar de pensar no que dá ou não tempo de fazer, e partir logo pra ação?

Nesse tempinho assaltei a geladeira, esvaziei a despensa, rasquei o zero horrível que aquele professor chato me deu, ignorei o teste de Q.I. do Orkut, simplesmente vivi. Fiz tudo o que sempre quis fazer, e não tinha coragem. Aproveitei a minha vida, sem estragar a de ninguém, logicamente. Fui mais do que feliz durante esse mínimo espaço de tempo.

Nesses vinte e oito minutos, poderia estar me culpando por não ter aproveitado mais o meu último dia, por não ter sorrido mais, por ter sido nerd demais, ou certinha ao extremo. Mas pra que fazer isso, se eu não vou poder voltar atrás. Vou cometer o mesmo erro que cometi a minha vida inteira de passar um tempão me culpando. De passar um tempão junto com o meu tempo de vida se passando. Não. Eu não posso fazer mais isso. Nesses vinte e oito minutos, eu lembrei de tudo que passei, de tudo que fiz. Agora, eu e minha família estamos sentados dando risadas, sendo felizes, vivendo até que a morte nos separe. Se pudesse fazer um único pedido para de alguma forma tentar ser lembrada, seria: vivam, sejam felizes, aproveitem muito todos os milésimos de segundo.

Foram os melhores anos da minha vida.

Obrigada a todos que fizeram parte da minha história.
.....

Postagem pro PostIt!
beeijos :*
Luto pelos passageiros do voo 447 da AirFrance

O que fazer? O mundo vai acabar amanhã, minhas horas estão, literalmente, contadas. Mas o mundo não vai acabar só pra mim, vai acabar para todos. Todas as minhas conquistas, os meus bons atos, não serão eternizados, e sim, esquecidos. O que adianta sair por aí distribuindo beijos e abraços, sem que ninguém se lembrará depois? Será que no céu, eu vou ser lembrada, reconhecida pelos meus erros e acertos, será que eu terei nome?

Depois de refletir sobre o mais certo, sobre a coisa mais sensata a fazer. Peguei o notebook, entrei no Pirulito, li todas as postagens que escrevi, todos os pensamentos que compartilhei, todas as ideias que expus. Reli. Li novamente e outra vez. Chorei. Lembrei de todos os momentos bons que passei aqui. Entrei no Orkut, vi minhas 170 fotos, relembrei pessoas esquecidas, pessoas queridas, e aquelas inesquecíveis. Chorei novamente. Pensei: “Não posso passar minhas últimas horas, pensando no que fiz de bom nesses 13 anos que se passaram. Mas sim, passar minhas últimas horas sorrindo como passei esses 13 anos.”

Saí, fui ao shopping e ao cinema, com as meninas. Realmente, torrei minha grana. Vimos quatro sessões seguidas, foi maravilhoso.

Bem, daqui a três horas e cinquenta e nove minutos a minha vida e mais as vidas 6.770.872.171 de pessoas vai chegar o fim.

É impressionante, quando pensamos sob pressão, não temos ideias de coisas revolucionárias para fazer. Será que ainda dá pra mudar o mundo? Ou pra falar mal do único professor que eu não gosto? Será que ainda dá pra assaltar a geladeira, ou esvaziar a despensa? Ou será que é melhor parar de pensar no que dá ou não tempo de fazer, e partir logo pra ação?

Nesse tempinho assaltei a geladeira, esvaziei a despensa, rasquei o zero horrível que aquele professor chato me deu, ignorei o teste de Q.I. do Orkut, simplesmente vivi. Fiz tudo o que sempre quis fazer, e não tinha coragem. Aproveitei a minha vida, sem estragar a de ninguém, logicamente. Fui mais do que feliz durante esse mínimo espaço de tempo.

Nesses vinte e oito minutos, poderia estar me culpando por não ter aproveitado mais o meu último dia, por não ter sorrido mais, por ter sido nerd demais, ou certinha ao extremo. Mas pra que fazer isso, se eu não vou poder voltar atrás. Vou cometer o mesmo erro que cometi a minha vida inteira de passar um tempão me culpando. De passar um tempão junto com o meu tempo de vida se passando. Não. Eu não posso fazer mais isso. Nesses vinte e oito minutos, eu lembrei de tudo que passei, de tudo que fiz. Agora, eu e minha família estamos sentados dando risadas, sendo felizes, vivendo até que a morte nos separe. Se pudesse fazer um único pedido para de alguma forma tentar ser lembrada, seria: vivam, sejam felizes, aproveitem muito todos os milésimos de segundo.

Foram os melhores anos da minha vida.

Obrigada a todos que fizeram parte da minha história.
.....

Postagem pro PostIt!
beeijos :*
Luto pelos passageiros do voo 447 da AirFrance

O Pirulito tem
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